HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR - considerações
A heparina de baixo peso molecular (HBPM), como o próprio nome sugere, é derivada da heparina não fracionada (HNF) por digestão ou despolimerização de cadeias mais longas de heparina em cadeias mais curtas por meios químicos ou enzimáticos. Essas mudanças permitem que a HBPM aja de forma mais previsível no corpo do que a HNF.
Embora a HBPM e HNF funcionem de forma semelhante a inibir os fatores de coagulação, a HBPM pode ser auto administrada em casa por injeção subcutânea (sob a pele) e não requer monitoramento regular por exames de sangue, tal como se faz necessário para o tratamento com HNF. Tal como acontece com todas as heparinas, a dosagem das HBPM costuma ser baseada no peso de um paciente. Entretanto, essa conduta passa a ser diferenciada na terapia profilática para trombose em gestantes com trombofilia.
As opções de HBPM disponíveis no Brasil são a dalteparina (Fragmin), a bemiparina (Hibor) e as enoxaparinas (como Clexane e versa, além de outras).
VANTAGENS DA HBPM
Atividade mais longa e previsível do que a HNF,
Auto-administrada em casa através de injeção subcutânea,
redução ou eliminação de internações hospitalares, pois oferece menor chance de sangramento e osteopenia,
Não é necessária monitorização regular de sangue.
DESVANTAGENS DA HBPM
-Alto valor de mercado,
-Pode ser desconfortável administrar, especialmente se um paciente tem medo de agulhas,
A atividade mais longa pode complicar a reversão, se necessária.
EFEITOS COLATERAIS POTENCIAIS DA HBPM
Sangramento de difícil controle (efeito colateral mais grave e raro, além de dose-dependente),
Reações no local da injeção, como vermelhidão, irritação e hematomas,
Perda de força óssea (menor risco do que a HNF),
Aumento das enzimas hepáticas,
A trombocitopenia induzida por heparina (TIH)
O uso prolongado de HNF está associado a uma incidência de 2% de fratura óssea após nove meses de administração. Ainda não está claro se HBPM também está associada à osteoporose. No entanto, ela deve ser usada com cautela para o tratamento a longo prazo até que este risco seja esclarecido. A trombocitopenia induzida por heparina (HIT) também é um risco, mas é muito menos comum com a HBPM do que na HNF.
As heparinas não atravessam a barreira placentária, portanto não oferecem risco ou prejuízo ao feto, por isso são os anticoagulantes preferidos para as mulheres grávidas que experimentam - ou que estão em maior risco - para formar coágulos sanguíneos. A HBPM é a heparina de escolha em obstetrícia devido à menor incidência de sangramento e outras complicações na gravidez quando comparadas à HNF. Do mesmo modo, a HBPM também é o tratamento de escolha para trombose relacionada ao câncer, uma vez que se mostrou mais eficaz do que a varfarina.
A HBPM é freqüentemente usada para ajudar na transição de pacientes - ou ponte - com terapia de anticoagulação oral de longo prazo, mais comumente de varfarina ou Coumadin®. O médico costuma adicionar varfarina ao cronograma de medicação, fazendo com que o paciente use essa medicação combinada com a HBPM por vários dias sob monitoramento cuidadoso. Uma vez que o corpo dá paciente atinja níveis terapêuticos com a varfarina, o médico interromperá as injeções de HBPM.
Tal como acontece com a HNF, informe o seu médico se você está tomando aspirina, outros antiinflamatórios não esteróides - como ibuprofeno ou naproxeno - ou clopidogrel antes de iniciar o tratamento com HBPM, porque esses medicamentos aumentam o risco de hemorragia.
Não há conhecidas interações alimentares ou restrições alimentares com a HBPM. A suplementação com cálcio e vitamina D são frequentemente prescritas para ajudar a prevenir a perda óssea. Se você está tomando HBPM a longo prazo, é uma boa idéia usar ou transportar uma identificação indicando que você está fazendo uso de heparina, em caso de emergência médica.